Definição:
A hipersensibilidade alimentar é um problema de pele que atinge cães e gatos e é provocada por uma reacção alérgica à comida.
O componente da comida ao qual o animal desenvolve alergia é geralmente a fonte de proteína (vaca, galinha, ovos ou leite de vaca), mas também pode ser a algum componente presente em menor quantidade (aditivos, conservantes).
Predisposição:
A doença pode surgir em animais de qualquer idade, mas normalmente surge antes dos 3 anos de idade.
Sintomas:
O sinal clínico mais frequente é um prurido intenso, não sazonal.
Nos cães, as lesões têm tendência a apresentar-se por todo o corpo, mas a face, orelhas e patas são as zonas mais severamente afectadas.
Alguns cães podem apresentar otites recorrentes, como o único sinal de alergia.
Gatos com alergias alimentares apresentam lesões na face e pescoço. O prurido pode ser de tal maneira intenso que leve o animal a coçar-se a um tal ponto que pode mesmo provocar ferimentos com sangramento.
Estas manifestações cutâneas são normalmente acompanhadas por sinais gastrointestinais (vómito e/ou diarreia).
Diagnótico:
O diagnóstico é feito exclusivamente, usando uma dieta de restrição (ex.: ração hipoalergénica). Não se deve optar por outras dietas que o animal já tenha experimentado.
Para ser conclusivo o teste, o animal deverá ser alimentado com essa comida durante pelo menos 10 semanas. (os alergéneos do alimento anterior desencadeiam reacção alérgica durante 6 semanas ou mais após a última ingestão).
Durante este período de restrição alimentar, o animal apenas pode comer aquela dieta. Qualquer tipo de biscoito ou guloseima deverá ser eliminada por completo.
Se houver outros animais em casa é necessário um cuidado suplementar para o animal sujeito a este teste não ingira a comida do outro animal. Um pequeníssimo fragmento da comida de outro animal pode inutilizar todo o despiste e obrigar a uma nova alimentação durante mais 10 semanas.
Durante este período deverá ser feito um diário onde são apontados os sintomas do animal. Não deverá ser administrado nenhum córtico por via oral, nem topicamente.
Ao fim do período de 10 semanas com comida de restrição, o animal deverá ser avaliado novamente. O teste é considerado positivo quando há melhorias de 50% ou mais.
É importante salientar que mais de 30% dos animais hipersensíveis à alimentação são também hipersensíveis à picada da pulga ou a factores ambientais, por isso a resposta à dieta de restrição pode não ser total.
A partir desta fase o animal, o animal não pode ser mais alimentado com rações que possuam o alimento a que ele é alérgico, senão os sintomas voltarão a aparecer.
