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Catarata

Definição:

Cataratas

As cataratas são opacidades do cristalino do olho. As opacidades podem exibir diferentes padrões morfológicos. A catarata surge devido à ocorrência de alterações na agregação proteica, aumento das proteínas insoluveis, stress osmótico, disfunções no metabolismo energético, alterações no metabolismo nutricional, alterações da concentração de oxigénio, exposição a toxinas ou alterações das concentrações iónicas.
As cataratas são a causa mais frequente de perda de visão nos cães, afectando tanto os animais de raça pura como os de raça indeterminada.
Nos animais de raça pura é mais provável encontrar alterações do metabolismo das proteinas lenticulares de origem hereditária.

Classificação das cataratas:

As cataratas podem classificar-se segundo:

  • A sua origem: em cataratas hereditárias ou adquiridas;
  • A idade em que surgem: cataratas embrionárias, congénitas, infantis, juvenis ou senil;
  • A sua localização: cataratas encapsuladas, subcapsulares, corticais, nucleares, da linha de sutura, axiais e equatoriais.
  • O estado de desenvolvimento: incipientes, imaturas, maduras e hipermaduras.

O esquema de classificação mais usado é o do estado do desenvolvimento.
O estado de catarata incipiente é o estado inicial que se traduz em opacidade focal, sem défice de visão. Este tipo de catarata afecta 10 a 15% do cristalino.
A catarata imatura é um estádio intermédio. Existe um aumento da opacidade que atinge uma grande parte do cristalino.
Na catarata madura, a opacidade é total. Não existe reflexo tapetal e há uma perda da visão.
A catarata hipermadura é o último dos estados evolutivos e há um compromisso de todas as estruturas do cristalino.
A catarata adquirida manifesta-se entre 1 e 6 anos de idade, afectando geralmente o córtex e depois o núcleo. Pode ser de origem hereditária, nutricional, metabólico, inflamatório, tóxico ou secundária a radiação.
A catarata hereditária aparece por um defeito autossómico recessivo. É bilateral e não necessariamente simétrica.
A catarata senil aparece em todas as espécies domésticas e afecta animais com mais de 8 anos de idade.
A catarata também pode ser secundária a outras afecções oftalmológicas, tais como uveíte, luxação do cristalino, displasia retiniana ou atrofia progressiva da retina.
A catarata metabólica ocorre em consequência de falha renal, hipoparatiroidismo primário ou secundário e diabetes. Animais diagnosticados com diabetes, normalmente desenvolvem catarata nos 16 meses após o diagnóstico.
Nos gatos, o desenvolvimento de cataratas consequente aos diabetes é rara.
A catarata traumática observa-se mais frequentemente em gatos.

Tratamento médico da catarata

Para prevenir, retardar ou interromper a evolução da catarata pode-se usar suplementos que contenham selénio, vitamina E, superóxido dismutase, carnosina ou citrato de zinco.
Para o tratamento eficaz da catarata, nenhum tratamento médico foi até ao momento eficaz.

Tratamento cirúrgico da catarata

O único tratamento efectivo, por enquanto, para a catarata é a cirurgia.
Para a cirurgia ser realmente eficaz, o paciente deverá ser submetido a um completo exame físico para excluir outras patologias e ser efectuada uma avaliação oftalmológica cuidadosa.
A electrorretinografia deve efectuar-se a todos os animais para avaliar a actividade funcional da retina e assim conseguir prever se o animal irá recuperar a visão.
Pode-se ainda realizar exames ecográficos ao olho, teste de Schimer, teste de Fluoresceína, tonometria, entre outros.
É também importante considerar o comportamento do animal, uma vez que animais rebeldes e irrequietos tendem a não evoluir tão favoravelmente, por dificultarem o pós-operatório.

Cuidados pós-cirurgicos

O período pós-operatório consiste na aplicação de gotas 1 a 3 vezes ao dia, durante um período de tempo que pode ir até 1 mês.
O uso do colar é obrigatório durante um período de 2 a 4 semanas.