A alergia é uma resposta exagerada do sistema imunitário a uma substância estranha ao organismo.
Os animais que têm alergias a substâncias do ambiente são chamados animais atópicos e as substâncias às quais eles desenvolvem alergias são denominados alergenos.
Estes alergenos podem entrar em contacto com o animal por via respiratória (ex.: pó, pólen), por introdução na pele (ex.: saliva da pulga) ou por ingestão (ex.: carne de porco, determinado cereal).
O organismo reage desencadeando uma série de reacções que induzem mau estar ao animal.
Sintomas:
O animal alérgico, desde cedo começa a lamber as patas ou a mordê-las (principalmente antes de adormecer). Com o avançar dos sintomas o animal desenvolve um “vermelhão” em toda a região abdominal, axilas e virilhas. Mais tarde começam a surgir feridas ou infecções na face, nos ouvidos (otites) ou noutras regiões do corpo.
A localização dessas lesões também pode ajudar a estabelecer o diagnóstico. Por exemplo: um prurido intenso na região caudal do dorso perto da base da cauda é um forte indicador de alergia à picada da pulga (mais propriamente à saliva da pulga).
Estabelecimento de diagnóstico:
O diagnóstico só pode ser estabelecido depois de uma história rigorosa, um exame físico cuidado com correcta localização de todas as lesões e caracterização da sua gravidade e extensão.
É essencial saber se está a ser efectuada uma correcta desparasitação externa, uma vez que a alergia à picada de pulga é o problema mais frequente e por isso deve ser sempre descartada essa possibilidade.
Em caso de suspeita de alergia alimentar é fundamental efectuar dietas de restrição (dietas hipoalergénicas) durante um período mínimo de 2 meses para poder estabelecer conclusões. Durante este período é proibido administrar ao animal qualquer outro tipo de alimento, uma vez que este acto pode alterar as conclusões do teste.
Quando a suspeita é alergia a substâncias do ambiente (doméstico ou exterior) podem ser efectuados testes de alergia que vão dizer exactamente a que substâncias é que o animal é alérgico.
Tratamento:
O objectivo principal do tratamento é evitar a exposição do animal à substância alérgica. Por exemplo: o animal que é alérgico à picada de pulga nunca deve ter pulgas. Este procedimento evita as crises e consequentemente tratamentos mais severos.
Quando não se consegue efectuar uma prevenção da exposição o animal começa a desenvolver comichão e a autotraumatizar-se intensamente. Muitas vezes é necessário passar por uma fase em que o animal anda de colar isabelino (para não se autotraumatizar). O controlo médico passa pela administração de anti-histamínicos e córticos. Quando há infecções é necessário administrar também antibióticos.
Nos casos mais graves, em que as crises são frequente, é vantajoso recorrer à imunoterapia (dessensibilização através da aplicação de injecções especialmente formuladas para cada caso e cada animal). Este tratamento vai fazer com que o animal deixe de desenvolver a reacção exagerada perante o alergeno.