A dirofilariose é uma doença provocada por um parasita (Dirofilaria immitis) e transmite-se ao cão e gato através da picada do mosquito. Os índices de infestação em cães aproximam-se dos 50% na costa do Atlântico e até 250 Km para o interior. A maioria dos cães não protegidos que vivem em regiões endémicas, como Portugal, ficam infectados. Os cães que vivem no exterior têm um risco de dirofilariose 4 a 5 vezes superior ao de animais que vivem no interior de uma habitação.
Esta doença é observada principalmente em cães de raça grande e gigante, provavelmente devido à sua maior exposição ao mosquito.
As infestações diagnosticam-se com maior frequência em cães de 4 a 7 anos de idade. Em regiões altamente endémicas é frequente ocorrer a doença em cães mais jovens.
Transmissão:
Os mosquitos são hospedeiros intermediários (ou seja, transmitem as larvas de Dirofilária de um animal para o outro). As larvas desenvolvem-se no mosquito e quando atingem maturidade são injectadas no animal saudável, enquanto o mosquito se alimenta. Seguidamente as larvas migram no tecido subcutâneo, passando durante esta fase por diversas transformações. Quando atingem os vasos sanguíneos (entre 3 e 3,5 meses mais tarde), dirigem-se para as arteríolas pulmonares. Os primeiros sintomas surgem aproximadamente 6 meses após a transmissão pelo mosquito.
Os gatos são mais resistentes à infestação. O intervalo de tempo entre os primeiros sintomas e a inoculação por parte dos mosquitos é normalmente ainda maior do que no cão. No entanto para surgirem sintomas graves, o número de parasitas no gato é muito inferior ao dos cães.
Sintomas:
O começa da doença e a sua gravidade reflectem amplamente o n.º de dirofilárias adultas que pode variar de 1 a mais de 250 num único cão. No gato infectado, o número médio de parasitas adultos é de 3.
Os sintomas incluem graves dificuldades respiratórias e mesmo morte súbita do animal.
A maior parte dos parasitas adultos localizam-se nas artérias pulmonares, mas quando o seu número atinge os 75, passam a localizar-se também na aurícula direita.
Os sintomas mais frequentes no cão são:
– Intolerância ao exercício;
– Tosse;
– Dificuldades respiratórias.
Os sintomas mais frequentes nos gatos são:
– Tosse;
– Asma;
– Dificuldades respiratórias;
– Vómitos (intermitentes).
Pode ainda surgir morte súbita do animal ou sinais neurológicos tais como convulsões.
Diagnóstico:
O diagnóstico baseia-se na história do animal, nos seus sintomas, exames laboratoriais, radiografias, electrocardiografia e ecocardiografia.
Tratamento:
O tratamento consiste na administração de medicamentos que provoquem a morte dos vermes adultos e das microfilárias. No entanto, por variadas vezes o tratamento desencadeia tromboembolismos severos que podem comprometer a vida do animal.
Quando o estado de saúde do animal inclui patologias graves de insuficiência hepática, renal e cardíaca o tratamento está mesmo containdicado.
Prevenção:
A prevenção deverá ser iniciada após uma pesquisa de microfilárias no sangue. Se o resultado for negativo inicia-se a prevenção mediante a administração mensal de 1 comprimido.
Estes protocolos de prevenção deverão ser iniciados sempre que a temperatura ambiental média seja superior a 13,8ºC e a partir das 8 semanas de idade do animal.