Causa:
A esgana é uma doença vírica muito contagiosa e distribuída por todo o mundo, afectando cães e outros carnívoros selvagens de todas as idades. No entanto, os mais sensíveis são os cachorros não vacinados a partir dos 2 meses de idade, (altura em que perdem as defesas maternas).
Transmissão:
Os animais infectados eliminam o vírus em todas as excreções e secreções corporais. A disseminação da doença dá-se mais facilmente quando existe um grande aglomerado de animais. Um cachorro também pode ser infectado quando ainda se encontra dentro da barriga da mãe, mas esta forma de infecção é rara.
A eliminação de vírus após a cura, cessa normalmente uma ou duas semanas após a cura.
O vírus sobrevive poucos dias no ambiente.
Evolução da doença:
1º Dia:
Exposição ao vírus existente no ambiente.
O vírus entra pelo aparelho respiratório.
2º ao 4º
A infecção estende-se ao tecido linfoide das amígdalas e dos gânglios linfáticos retrofaríngeos e bronquiais.
4º ao 6º
Extensão da infecção ao fígado, baço e intestino. Desenvolvem-se picos de febre transitória e diminuição das células de defesa (linfócitos T e B).
6º ao 9º
O vírus entra na corrente sanguínea e invade o Sistema Nervoso.
9º ao 14º
A evolução varia com a imunidade do animal: tanto pode apresentar recuperação como acabar por falecer.
Sintomas:
O animal apresentará falta de apetite, depressão e desidratação e temperatura que varia entre os 39,5 e os 41ºC.
De um modo geral podemos considerar 3 fases de doença:
1ª fase: RESPIRATÓRIA
O animal apresenta rinite e conjuntivite (secreções nasais e oculares) e uma pneumonia que evolui para uma bronco pneumonia.
Seguidamente começa a apresentar tosse e dificuldades respiratórias.
2ª fase: DIGESTIVA
Iniciam-se os vómitos e diarreias.
Podem-se também desenvolver queratoconjuntivites, coriorretinites e cegueira.
3ª fase: NERVOSA
Os sinais nervosos podem aparecer simultaneamente com os anteriores, ou atrasar o seu aparecimento até uma ou três semanas. Em alguns casos os sinais nervosos podem até mesmo ser os únicos a aparecer.
Nesta fase o animal apresentará convulsões generalizadas, anda em círculos, muda o seu comportamento, apresenta dificuldades em caminhar e mioclonias (movimentos musculares rítmicos e repetitivos).
Podem ainda surgir outros sintomas tais como:
– Diminuição do esmalte dos dentes (dentes amarelos);
– Aumento da espessura das almofadinhas plantares;
– Infecções da pele da região abdominal;
– Problemas ósseos em cães de raça grande.
Diagnóstico:
O conjunto de sinais clínicos, a avaliação da susceptibilidade do animal a este vírus e análises efectuadas são suficientes para efectuar um diagnóstico.
Tratamento:
Não existe um tratamento antivírico eficaz para a esgana.
O tratamento efectuado é de suporte e sintomático (o tratamento efectuado apenas tenta combater os efeitos secundários deste vírus).
Administram-se antibióticos, broncodilatadores, expectorantes, antieméticos (medicamentos para parar os vómitos), antidiarreicos, anticonvulsivos, soro, soluções para limpeza do nariz e dos olhos.
Prognóstico:
O prognóstico é extremamente reservado nestas situações.
A mortalidade é bastante alta entre os cachorros. Em caso de sobrevivência o animal pode ficar com sequelas no sistema nervoso.
Prevenção:
Deve-se isolar imediatamente todos os animais que apresentem sintomas compatíveis com esgana e desinfectar toda a área onde se encontra o animal.
Todos os cachorros deverão iniciar a sua vacinação entre as 6 e as 8 semanas de idade.
Até à vacinação estar completa, nunca permita que o animal entre em contacto com animais doentes ou não vacinados contra a esgana.