Com o curso de medicina veterinária concluído há mais de 14 anos e sempre trabalhando em clínica de pequenos animais (cães e gatos), dei por mim a sentir que gostaria de evoluir ainda mais. Os diversos cursos de cirurgia, imagiologia e muitos outros congressos e formações que tinha frequentado já não eram suficientes para me sentir completamente realizada. As diversas situações em que chegamos a um pouco em que sentimos que a medicina convencional não consegue ajudar mais, fizeram-me entrar nas, vulgarmente chamadas “medicinas alternativas”, que eu gostaria mais de chamar “medicinas complementares”, pois acredito que a junção das 2 vertentes pode ser realmente benéfica.
Assim, entrei na aventura da pós graduação em Acupuntura Veterinária. Um curso bastante completo, de um ano de duração, levou-me a adquirir um conhecimento bastante amplo sobre esta arte milenar. E apenas posso dizer, que tem sido extremamente gratificante usar esta terapia. Em diversos casos, já pude comprovar que ela fez uma grande diferença. Partilho hoje aqui convosco 3 casos:
1º Caso: Gatinha com prolapso retal. Tinha sido tratada com as técnicas da medicina convencional, mas o tónus esfíncter anal não estava presente. Este facto, iria fazer com que fosse realmente difícil para ela ter qualidade de vida, pois era de prever que os prolapsos fossem recorrentes. Optou-se por trata-la com acupuntura e uma só sessão foi suficiente para resolver o problema.
2º Caso: Cão com 14 anos. Sangrava de uma narina, há muitos, muitos meses. As suas análises sanguíneas eram normais e o dono não queria submeter o animal a uma anestesia para procurar mais causas. Já cansados da situação, decidiram dar uma última hipótese ao tratamento com acupuntura e em apenas 2 sessões, o animal deixou de sangrar. Um ano após este episódio, o animal continua ótimo.
3º Caso: Gatinha com 6 meses de idade, com avulsão do plexo braquial. Após 3 dias de tratamento de medicina convencional, continuava sem conseguir apoiar o membro no chão e sem nenhum reflexo neurológico presente. Sem qualquer melhoria seria de prever que a pata não voltasse a ter funcionalidade e os músculos atrofiassem ou tivesse que ser efetuada a amputação do membro se este começasse a ficar com feridas, por arrastar no chão. Decidiu-se então iniciar tratamento com acupuntura e após 4 sessões de acupuntura já andava com a pata afetada bem apoiada no chão. Com isto, não quero dizer que a acupuntura cura tudo. Esse puder pertence a algo superior ao Homem. Apenas quero dizer: não fechem os olhos… Na dúvida experimentem. Não se perde nada e às vezes faz muita diferença. Expus aqui alguns do casos que já pude tratar, mas o seu uso é muito mais abrangente. As modalidades onde é mais reconhecido o seu uso é no controlo da dor crónica (artroses, displasias da anca) e em casos neurológicos (hérnias discais, paralisias). No entanto, como puderam verificar, o seu uso é muito mais abrangente. Espero puder ter o prazer de partilhar mais momentos fantásticos convosco.
Com muita gratidão, por todos estes momentos que tenho experienciado.
Luísa Pereira