A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença dos gatos, provocada por um coronavirus. Há gatos infectados que não apresentam qualquer sintomatologia, para além de diarreias crónicas.
Regra geral, sem tratamento, esta doença é progressiva e mortal. No entanto com um bom controlo e se o animal responder bem ao tratamento, pode manter-se com qualidade de vida por muitos anos, após o seu diagnóstico.
Fonte de infestação:
O vírus é excretado nas secreções bucais e respiratórias, fezes e possivelmente também urina.
Os protadores crónicos podem eliminar virus nas fezes durante, pelo menos, 10 meses.
A infecção faz-se por ingestão (via feco-bucal) e possivelmente por inalação em situações de contacto próximo.
O vírus pode sobreviver até 7 semanas na forma seca, por isso também é possível a sua transmissão por fômites.
Factores de risco:
Idade jovem (muitos gatinhos infectam-se antes dos 4 meses de idade e apesar da PIF poder afectar gatos de qualquer idade, é mais frequente em gatos entre os 6 meses e os 2 anos de idade);
Confinamento em grupo (casas com muitos gatos, gatis);
Infecções virais concorrentes (ex.: animal portados de FeLV – vírus da leucemia felina ou FIV – vírus da imunodeficiência felina).
Período de incubação:
O período de incubação é extremamente variável. Pode ir desde poucos dias até anos antes de se começarem a manifestar os primeiros sintomas.
Sintomas:
Com frequencia, os gatos com PIF apresentam no início sintomas não específicos nem localizados, como por exemplo, febre, anorexia, apatia, perda de peso, vómitos, diarreia, desidratação e anemia.
Quando os sintomas começam a evoluir o animal pode apresentar duas formas diferentes da doença:
- forma exsudativa;
- forma não exsudativa.
Na forma exsudativa há uma acumulação de líquidos na cavidade torácica e/ou abdominal ao passo que na forma não exsudativa ocorre inflamação piogranulomatosa multifocal e vasculite necrosante em vários órgãos (tais como fígado, baço, rins, olhos, sistema nervoso central e pulmões). O mesmo animal pode apresentar simultaneamente as duas formas.
Após o início dos sintomas o animal pode começar a piorar cada vez mais, levando mesmo à morte ou conseguir controlar o desenvolvimento do vírus e apresentar períodos de remissão.
Regra geral a forma exsudativa tem uma evolução rápida, ao passo que a forma não exsudativa tem uma forma mais lenta.
Diagnóstico:
O diagnóstico é estabelecido com base nos sintomas, exposição ao vírus, análises sanguíneas, serologias, citologias, radiografias e biópsias.
Tratamento:
Actualmente não existe nenhum tratamente garantidamente eficaz contra a PIF. Por este motivo, o tratamento efectuado é paliativo e deve ser estipulado consoante a sintomatologia de cada animal.
No entanto, há alguns produtos recentes no mercado que se mostram prometedores a nível da seroconversão dos gatos afectados com este vírus. Para mais informações deverá contactar o seu veterinário habitual.
Recomendações para o controlo da PIF em criadores de gatos:
- Isolar os gatos com sintomas compatíveis com PIF;
- Controlar o vírus da leucemia felina;
- Em gatis livres de coronavírus, apenas permitir a entrada de animais seronegativos;
- Para cruzamentos, apenas usar gatas livres da doença e sem história de terem tido gatinhos que ficaram doentes com PIF;
- Manter as gatas que estão para parir e os gatinhos isolados de outros gatos;
- Manter sempre os animais com boa higiene, evitar o excesso de animais e evitar ao máximo as fontes de contaminação;
- Nas gatas susceptíveis de terem PIF, desmamar os gatinhos às 4-6 semanas de idade e evitar posteriores contactos com a mãe e outros animais infectados.