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Eclâmpsia, tetania puerperal ou hipoacalcémia

A eclâmpsia ocorre mais frequentemente durante o início da lactação em cães pequenos, com grandes ninhadas e mais frequentemente na 2ª ninhada. Este problema pode acontecer em gatas, apesar de ser bastante mais raro.
As raças mais predispostas são:

  • Chihuahuas
  • Caniches toy
  • Terriers.

Este problema caracteriza-se por um aparecimento súbito de sinais clínicos associados a baixos níveis de cálcio no sangue (hipocalcemia), principalmente de 1 a 3 semanas após o parto. Também ocorre esporadicamente em cães de raças maiores e eventualmente, um pouco antes do parto.

Causa:
As causas que podem contribuir para a queda das concentrações séricas do cálcio são várias:
Nutrição pré-natal e durante a lactação inapropriada;
Suplementação excessiva de cálcio durante a gravidez – Existe uma hormona, a PTH (hormona paratiroide) que é responsável por controlar as concentrações de cálcio extracelular. Se a cadela recebe grandes quantidades de cálcio durante a gravidez, a produção da hormona através das glândulas paratiroides diminui e quando a cadela precisa de grandes quantidades de cálcio para a produção de leite o sistema não está preparado para o remover dos ossos, porque demora algum tempo até que a glândula paratiroide esteja preparada para produzir a hormona outra vez. Devido à falta da hormona os níveis de cálcio descem de repente e produz sinais de eclâmpsia;
Falta de suplementação de cálcio durante a lactação;
Perda de cálcio pelo leite – Os cachorros consomem uma grande quantidade de leite num curto espaço de tempo, isto resulta numa remoção de cálcio do sangue para o leite também num curto espaço de tempo. Antes que o organismo seja capaz de restabelecer o balanço, os níveis de cálcio são muito baixos, resultando nos sinais clínicos.

Sintomas:
Eclâmpsia é um distúrbio muito grave, mas felizmente os sinais são bastante fáceis de se reconhecer, especialmente quando associados ao fim da gravidez e/ou produção de leite.

Os sintomas mais comuns são:

  • Nervosismo e agitação;
  • Rigidez muscular – dificuldade em andar;
  • Tremores musculares;
  • Convulsões;
  • Hipertermia – temperaturas muito altas que podem chegar aos 42ºC;
  • Taquipneia – aumento da frequência respiratória;

A evolução dos sintomas é rápida. Em apenas 8 a 12h os sintomas evoluem para tetania.
Se não for tratada rapidamente pode levar a um edema cerebral, coma e á morte.

Diagnóstico:
Na maioria dos casos, o diagnóstico é baseado na história, sinais clínicos de excitabilidade neuromuscular aumentada e resposta à terapia. O fósforo sérico está frequentemente diminuído a um grau comparável. A glicose sanguínea está no parâmetro normal-baixo ou diminuído como resultado da intensa atividade muscular associada à tetania.

Tratamento:
A administração EV lenta de uma solução de cálcio orgânico, como o gliconato de cálcio, deve resultar numa rápida melhora clínica e cessação dos espasmos tetânicos em 15min. A administração deve ser procedida vagarosamente para evitar problemas cardíacos. Os cãezinhos devem ser removidos das cadelas por 24h para reduzir o uso de cálcio na produção de leite. Durante este período, eles devem ser alimentados com leites de substituição, próprio para cachorros. Se eles forem suficientemente maduros, é aconselhável desmamá-los. Dietas suplementares de cálcio e vitamina D provaram ser úteis na prevenção de recidivas em certas cadelas.

Prevenção:
– Durante a gestação e amamentação a cadela deve ser alimentada com ração de cachorro, na dose indicada para cadela gestante ou em lactação.
– A suplementação com cálcio nunca deve ser feita a não ser que seja recomendada pelo seu médico veterinário.