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Guia de cuidados básicos da Chinchila

A chinchila é um roedor nativo das montanhas áridas da América do Sul. Existem duas espécies, sendo a Chinchilla laniger aquela que é mantida atualmente em cativeiro. Uma das grandes atracções deste roedor é o seu pêlo denso, com cerca de sessenta pêlos por folículo piloso. A sua cor natural é azul-acizentado, mas existem chinchilas com outras cores, resultantes de mutações.

As chinchilas têm a particularidade de serem praticamente inodoras e relativamente fáceis de cuidar, pelo que constituem uma excelente opção como animal de estimação.

 

Relação com o dono:

As chinchilas são animais dóceis, inteligentes, que rapidamente criam uma relação com o dono, reconhecendo-o. Como são animais de hábitos nocturnos, preferem sair de noite e são mais activos durante esse período. Devido ao seu temperamento tranquilo e tímido são animais de estimação mais apropriados para adultos e não para crianças pequenas.

Para domesticar uma chinchila, deve utilizar um sistema de treino progressivo com base em recompensas. Chinchilas juvenis com três a quatro meses, já habituadas à manipulação são mais fáceis de domesticar.

Ao pegar numa chinchila é importante nunca a segurar pela cauda, orelhas ou pêlo. Deve-se apoiar os membros posteriores com uma mão e os membros anteriores com a outra. Outra alternativa é apoiar o abdómen do animal com uma mão e com a outra segurar a base da cauda.

 

Relação com outros animais:

São animais bastante sociáveis e ativos. Embora possam viver sozinhas, apreciam o contato com roedores da mesma espécie. Regra geral, pares do mesmo sexo não vivem bem em conjunto, mas um macho castrado convive bem com uma fêmea.

Relativamente a outras espécies, pode haver conflito ao juntar chinchilas e gatos pois o felídeo pode considerar a chinchila uma presa. Mesmo que o gato tenho uma personalidade pacífica, é importante não deixar a chinchila com o gato sem supervisão.

 

Alojamento:

A chinchila necessita de uma gaiola com espaço suficiente para não se sentir confinada. As dimensões da gaiola devem ser aproximadamente de 2 x 2 x 1 metro (comprimento x largura x altura). Todo o material que constitua a gaiola e acessórios deve ser resistente, fácil de limpar e não tóxico. Preferencialmente a gaiola deve ser feita de metal não pintado, pois se for construída com madeira ou plástico há o risco da chinchila a roer.

O chão da gaiola deve ser de plástico ou metal, mas sem grades metálicas para evitar lesões nos membros. Se se optar por uma malha metálica esta não deverá ter dimensões superiores a 15 mm X 15 mm. Para ajudar na limpeza, é aconselhável que a gaiola tenha um tabuleiro removível em baixo.

Como as chinchilas apreciam saltar e escalar, recomenda-se uma gaiola com múltiplos níveis. É importante ainda que esta tenha uma caixa de madeira (que sirva para esconderijo e local para a chinchila dormir), uma roda de exercícios e um recipiente de areia para banho. A caixa de madeira deverá ter umas dimensões que rondem os 30 x 25 x 20 cm. No que diz respeito à escolha da roda é importante esta ter uma superfície sólida, sem raios, de modo a evitar lesões na cauda e membros.

O bebedouro e comedouro devem estar presos às grades laterais da gaiola, para evitar que a chinchila urine na comida e na bebida ou que entorne o seu conteúdo. Relativamente ao substrato para colocar no fundo da gaiola, pode-se usar material orgânico próprio (à venda nas lojas de animais), jornal ou aparas de madeira. Desaconselha-se aparas de cedro, assim como areia de gato.

É importante que a gaiola seja colocada num sítio tranquilo da casa, onde não receba luz directa do sol, afastada de correntes de ar. Estes roedores são extremamente sensíveis a temperaturas elevadas, não devendo estar sujeitos a temperaturas superiores a 25 ºC. A temperatura ideal para a chinchila situa-se entre 10 a 20º C. Relativamente à humidade do ar, deve-se também evitar humidade elevada.

 

Alimentação:

As chinchilas devem ser alimentadas em horário regular, preferencialmente no início da noite (antes do pico de atividade) e de manhã. Como são animais herbívoros, com dentição com crescimento contínuo, a base da sua alimentação deve ser o feno, o qual deve estar sempre disponível. Este alimento rico em fibra é fundamental para prevenir problemas digestivos e dentários.

Deve-se fornecer concentrado próprio para a espécie, mas tendo o cuidado de não sobrealimentar o animal. É conveniente fornecer apenas uma a duas colheres de sopa de concentrado por dia, acessível durante um curto período de tempo (cerca de quatro horas). Salienta-se que está desaconselhada a mistura de sementes, que promovem uma alimentação selectiva e podem dar origem a carências nutricionais. Relativamente a frutas e legumes, pode-se dar pequenas porções (que os animais conseguissem ingerir em poucos minutos), uma a duas vezes ao dia.

O alimento deve ser renovado diariamente e os restos de comida retirados da jaula. Qualquer mudança da dieta deve ser feita gradualmente. Deve-se ter em atenção o local de armazenamento da comida, evitando sítios húmidos e sol directo.

A água deve estar sempre disponível, devendo ser renovada todos os dias. Os bebedouros de pipeta são uma óptima opção, devendo-se vigiar se não entopem. Preferencialmente os bebedouros devem ser feitos de vidro. Se constituídos por plástico, deve existir uma barreira de malha metálica para os proteger.

 

Higiene:

Nas chinchilas não se dá banho com água. No seu habitat natural estes roedores esfregam-se em pó da montanha, pelo que em cativeiro necessitam de uma “areia”, muito fina, de modo a tirar a gordura e sujidade do pêlo. A areia referida não é a típica areia mas sim carbonato de cálcio, à venda em lojas de animais. Uma pequena quantidade da areia (cerca de 2 a 3 cm) deve ser colocada num recipiente resistente, suficientemente grande que permita à chinchila rebolar. Para evitar sujar a gaiola e o meio circundante com areia, pode-se optar por recipientes fechados.

A chinchila deve ter acesso ao banho 10 a 15 minutos, 3 a 4 vezes por semana, de preferência à noite. O recipiente não deve estar permanentemente na gaiola, sendo importante manter a areia do banho limpa e livre de detritos e fezes. Deve-se ainda evitar banhos prolongados pois estes promovem pele seca, doenças respiratórias e conjuntivite. Se o pêlo estiver oleoso, pode-se aumentar a frequência de banhos.

No que diz respeito à higiene da jaula, bebedouro e comedouro, aconselha-se que estes sejam lavados com antisséptico pelo menos semanalmente. Deve-se ter o cuidado de não utilizar na limpeza nenhum químico potencialmente tóxico. Os restos de alimento e excrementos devem ser retirados diariamente da gaiola. O substrato da gaiola deve ser substituído de 2 em 2 dias.

 

Cuidados:

As chinchilas precisam de exercício com regularidade, devendo passear fora da gaiola diariamente. O espaço para o passeio deve ser adequado, sendo importante evitar a presença de produtos tóxicos, fios eléctricos, pequenos refúgios onde se possam esconder e objectos valiosos que possam roer.

Para manter a saúde oral e evitar problemas comportamentais, deve-se fornecer brinquedos apropriado para a chinchila roer. O mais aconselhável é que sejam à base de madeira e papel/cartão não tratado, sem químicos, tóxicos ou tintas. Deve-se ter cuidado para não escolher brinquedos que contêm partes de plástico ou metal. Em anexo, encontra-se uma lista de madeiras tóxicas e outra de madeiras seguras. Não esquecer que se as madeiras forem obtidas directamente do meio natural, deve ser apropriadamente lavadas e secas.


Chinchila machoChinhila fêmea

Diferenciação do sexo:

A chinchila fêmea possui uma papila urogenital em forma de cone, que se pode confundir com o pénis. Deste modo, o melhor critério para diferenciar o sexo das chinchilas é a distância entre o ânus e a genitália. Esta distância é sensivelmente o dobro nos machos relativamente às fêmeas. Os testículos do macho estão localizados no canal inguinal, não possuindo um verdadeiro escroto.

 

Doenças:

As chinchilas são animais bastante ativos. Os sinais de doença são muito discretos e por isso é necessário observar com atenção qualquer alteração dos seus hábitos como por exemplo falta de apetite, redução da ingestão de água e diminuição da atividade.

Em chinchilas aparentemente saudáveis aconselha-se consultas regulares ao veterinário, duas vezes ao ano. Não existem, no momento vacinas, destinadas a chinchilas.

No seguinte quadro, estão expressos os principais dados biológicos e fisiológicos relativos a esta espécie.

Esperança média de vida Média 8 a 10 anos; máximo 18 anos
Peso médio 400-600 (fêmeas são maiores que os machos)
Maturidade sexual 7-10 meses
Ciclo éstrico Poliéstricas sazonais (novembro a maio); ciclo éstrico 30-50 dias; Fértil pós-parto
Gestação 105-115 dias
Média da ninhada 2
Desmame 6-8 semanas
Temperatura corporal 37- 38 ºC
Frequência respiratória 40-80
Frequência cardíaca 100-150

 

Lista de madeiras tóxicas:

Lista de madeiras seguras:

amendoeira

cerejeira

damasqueiro

aveleira

bétula

cedro

cajueiro

arvores cítricas (laranjeira, limoeiro)

eucalipto

abeto

azevinho

hortências

mogno

pessegueiro

carvalho

oleandro

mangueira

ameixoreira

pau-brasil

pinheiro e pinhas

sândolo

nogueira

salgueiro branco

sequóia

castanheiro

macieira

faia

bambu

groselheira

olmo

aveleira

ácer

kiwi

magnólia

amoreira

pereira

nogueira-pecã

álamo

marmeleiro

salgueiro (mas não salgueiro branco)

freixo

videiras jovens