Causa:
A Imunodeficiência Felina (SIDA dos gatos) é provocada por um vírus que infecta os glóbulos brancos (linfócitos e macrófagos), as glândulas salivares e o sistema nervoso central e aos poucos destrói as células de defesa (linfócitos T), fazendo com que o animal seja incapaz de combater qualquer tipo de doença que surja. A infecção por este vírus dura toda a vida e com o tempo provoca a morte.
Susceptibilidade:
Este vírus pode afectar o gato doméstico, o leão, o tigre, o jaguar, o leopardo e a pantera.
O vírus encontra-se disperso por todo o mundo.
Situações de alto risco |
Situações de baixo risco |
– Animal com livre acesso ao exterior; – Gatos não castrados; – Gatos que contactam com outros gatos; – Gatos que vivem com outros gatos dentro de casa e onde se introduz novos gatos frequentemente. |
– Gatos que vivem sozinhos dentro de casa; – Gatos que vivem meios de criação fechados e bem controlados. |
A doença é mais frequente em machos do que em fêmeas e atinge gatos de todas as idades. É possível haver animais infectados logo a partir dos 2 meses de idade, no entanto, a incidência aumenta bastante quando se tratam de gatos com mais de 5 anos.
Transmissão:
O principal modo de transmissão do FIV é a mordedura. Por isso, facilmente se compreende que os gatos que correm maior risco de ser infectados sejam os gatos não castrados que vagueiam livremente fora de casa, uma vez que facilmente entram em lutas territoriais com outros gatos.
Uma gata infectada pode transmitir o vírus aos seus gatinhos durante a gravidez ou durante a lactação.
Experimentalmente, o vírus pode também ser transmitido por via oral, vaginal, inoculação rectal ou inseminação artificial, no entanto na natureza é raro verificarem-se estas formas de infecção.
A transmissão por contacto íntimo de coabitação no mesmo espaço é pouco provável, mas não impossível.
Riscos para a saúde pública:
O vírus da imunodeficiência felina é exclusivo dos gatos e não existem evidências que provoque doença nos humanos.
No entanto, gatos com FIV podem sofrer simultaneamente de outras doenças que podem ser transmitidas a pessoas que também possuam o seu sistema de defesa enfraquecido.
Sintomas:
O animal pode permanecer vários anos assintomático (sem apresentar sinais de doença), no entanto, a perda progressiva de linfócitos T, provoca uma síndrome de imunodeficiência (falta de células do sistema de defesa do organismo) que conduz a infecções crónicas e recorrentes. A maioria dos gatos infectados, só começam a manifestar sinais de doença quando têm mais de 6 anos.
Os sintomas são bastante variáveis e podem agrupar-se de um modo geral em 3 fases.
Fase aguda
(inicia-se 4 a 6 semanas após a exposição ao vírus e geralmente passa despercebida)
– Febre transitória
– Diminuição do nº de Linfócitos e Neurófilos
– Problemas no sistema linfóide (linfadenopatias generalizada)
– Complicações ocasionais: septicemia, celulite, dermatite pustular facial, anemia, diarreia e estomatite.
Fase latente (assintomática)
– O animal pode passar vários anos sem manifestar sinais de doença.
Fase terminal ou crónica
– Ocorrem diversas infecções oportunistas recorrentes, crónicas, com sinais que podem aparecer e desaparecer, mas que se vão intensificando com o passar dos anos.
Estas manifestações de doença podem ser:
– Perda de peso e debilidade progressiva;
– Infecções bacterianas que se repetem mesmo mediante a aplicação de antibióticos;
– Febre;
– Linfadenopatia generalizada;
– Anemia;
– Leucopenia (diminuição dos linfócitos e neutrófilos);
– Diminuição do n.º de plaquetas;
– Alterações do sistema nervoso central (alterações de comportamento, demência, ritmo de sono alterado, marcha compulsiva, tiques faciais e convulsões);
– Neoplasias (principalmente, neoplasia linfoide);
– Problemas oculares (uveíte anterior, glaucoma, hemorragias retinianas e degeneração da retina);
– Problemas musculares (Polimiosite linfocítica);
– Insuficiência renal crónica.
Diagnóstico:
O diagnóstico faz-se com base na demonstração de anticorpos anti-FIV no sangue, utilizando provas laboratoriais.
O teste será positivo 4 a 8 semanas após o contacto com o vírus.
Gatinhos até aos 6 meses de idade podem ter anticorpos que receberam da mãe e não estar infectados. Para retirar todas as dúvidas, os gatinhos deverão efectuar novo exame aos 6 meses de idade, pois se o teste continuar a dar positivo, é sinal que os gatinhos estão infectados.
Uma prova de anticorpos positiva confirmada, indica que o vírus está presente no gato e permanecerá nele toda a sua vida.
Tratamento:
O FIV é incurável. Os gatos infectados podem viver vários anos sem manifestarem a doença. Os gatos que já apresentam sintomas podem viver vários meses.
Não existe nenhum antivírico específico para o FIV.
Prevenção:
A prevenção faz-se não permitindo que o gato ande fora de casa e castrando os gatos machos.
Vacinação:
Actualmente não existe nenhuma vacina contra o FIV.